O Óbvio dos Problemas

O que seria do mundo sem os clichês? Clichês são situações ou pensamentos que não desenvolvem nada de novo e, na maioria dos casos, tornam-se previsíveis e entediantes de se debater. Entretanto, o clichê nos acompanha constantemente, como um ciclo vicioso, e nós, como seres falhos, vemo-nos cercados de situações, que em nossas mentes, já havíamos superado. Assuntos como comunicação em equipe, dar o seu melhor, não ter medo de arriscar, entre outros, são temas batidos e desgastados, em inúmeras formas, mas que por mais que se analise em seus diferentes ângulos, sempre voltamos a eles como recursos motivacionais ou inspiracionais. As pessoas vivem os mesmos problemas o tempo todo, repetem erros o tempo todo, porém, em contrapartida, somos capazes de aprender o tempo todo. E o que aprendi nessas rotineiras adversidades e como resolvê-las? Foi analisar pelo viés do óbvio.

E como analisamos o óbvio? Tomarei como auxiliar o livro de Robert R. Updegraff chamado “Adams Óbvio”, que conta a história de um publicitário medíocre e comum resolvendo casos complicados, por meio da análise óbvia. Embora o conto – pois o livro é curto – nos diga sobre a vida de um publicitário, o contexto e a essência do livro é válida para todos os setores. O autor nos conta a importância de se analisar os problemas como eles são e não enfeitá-los como monstros apocalípticos que somente se resolverão com ideias mirabolantes. As soluções simples muitas vezes conseguem dar conta do recado. Mas alto lá, quando discutimos o óbvio podemos cair em armadilhas interpretativas. Então cuidado e não se deixe levar pelo mais singelo teor interpretativo da palavra. Ver o óbvio não é aquilo que salta aos olhos à primeira vista. É muito mais que isso.

O Óbvio por si só não é garantia da solução pronta, mas a identificação do foco do problema. O autor nos convida a praticar esse olhar com mais afinco, mergulhando nas camadas invisíveis dos problemas, em sermos minuciosos em encontrar a razão principal de algum projeto, ação comunicacional, ou seja lá o que for, não estar dando certo. Convida a pensarmos que talvez o que percebamos ainda não seja a essência do problema. Ou seja, pede que sejamos pacientes e dedicados nas pesquisas. Pois assim, uma vez identificado o empecilho podemos tomar atitudes cabíveis, evitando assim gastos de dinheiro e tempo. No livro, há alguns casos como exemplos.

Há mais. O livro também indica a importância da experiência estética. Nada melhor do que entender um problema do que vivê-lo. O personagem principal do livro não tem preguiça em se deslocar na procura da melhor visão geral do problema do cliente. Procurar entender algo pode ficar complicado quando estamos seguros e aconchegados em nossas zonas de conforto. Ser mais dinâmico e proativo é também praticar o óbvio.

Em suma, peguei uma pequena parte do que o livro aborda e convido a leitura dele para todos os profissionais. E para finalizar, retomo o que falei no início: ser óbvio pode parecer clichê, mas é um clichê necessário em nossas vidas profissionais para que assim possamos crescer em nossas carreiras. Aprendendo mais e mais com nossos erros e evitando desperdícios. 

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